segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O filme INTERESTELAR E A BIBLIOTECA DE BABEL de Jorge Luis Borges


INTERESTELAR E A BIBLIOTECA DE BABEL de Jorge Luis Borges.
Ontem eu assisti INTERESTELAR. FILMAÇO. Muita ciência e depois muita viagem. A parte científica é pesada mesmo. Muitos problemas de filosofia da ciência, os impasses colocados pela nossa incapacidade de equacionar a relatividade com a física quântica, e o grande mistério da gravidade. Das quatro forças conhecidas ( nuclear fraca, nuclear forte, a força eletromagnética e a força gravitacional) a menos conhecida, por incrível que pareça é a FORÇA GRAVITACIONAL. As três primeiras forças foram unificadas, mas nossos cientistas não conseguiram unificá-las com a GRAVIDADE, que é justamente aquela que nós sentimos de forma mais acentuada, mesmo sem saber explicá-la (isso mesmo... ainda não temos uma boa explicação científica para a chamada GRAVIDADE). Portanto, enquanto não temos uma teoria mais ou menos aceitável ou minimamente ratificada, a imaginação trabalha solta e com liberdade.
A viagem do final do filme não é desastrosa como alguns falaram e nem saiu do nada. Em primeiro lugar, porque se vc entra num buraco negro e depois consegue sair dele, vc pode falar o que quiser rsrsrs. Afinal se alguém entrou em algum, parece que não voltou para contar história. Então depois de ter dado uma derrapada pela borda do Gargântua, e dar uma olhadinha lá dentro, o cara pode falar o que quiser... Fantástico mesmo foi o protagonista ter caído dentro do Buraco Negro e ter mergulhado dentro da Biblioteca de Babel do Jorge Luis Borges. Quem ousaria colocar a viagem do JLB num filme de ficção científica? O tal do Nolan foi fundo. Aliás, Jorge Luis Borges viajou um milhão de vezes mais quando, já, quase cego, escreveu seu conto sobre sua Biblioteca Divina. Aliás, não ouvi ninguém falando da Biblioteca do JLB no filme. Mas tenho certeza que o Nolan tentou representá-la, minimamente.
É difícil dizer... aliás acho que é meio TOLO dizer que há alguns buracos no filme. Em primeiro lugar porque é um filme de ficção científica. Em segundo lugar porque todas nossas teorias sobre tempo e espaço nos levam a resultados paradoxais - tal como a representação circular do URUBORO - que decorrem muito provavelmente da nossa própria incompreensão a respeito do tempo e do espaço como categorias finitas ou infinitas.
De qualquer forma, uma boa chave de leitura para compreender a viagem do filme é entrar na viagem do Jorge Luis Borges e dar uma passeadinha pela sua biblioteca.Mesmo porque o texto sobre a "Biblioteca" foi escrito não para falar de uma biblioteca esquisita, mas para desafiar nossas compreensões sobre o próprio UNIVERSO. Talvez ajude a sacar melhor o filme. Pois para mim a 'cléf de voûte' do filme é a cena da Biblioteca.
Basta procurar BIBLIOTECA DE BABEL que já aparecerão vários links para a leitura do conto do JLB

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